Pequeno Mosaico do Tempo

Da marca da servidão,

O tempo cria liberdade:

Dialética oração

Da contemporaneidade.

Versos vindos da sarjeta

Submergem a cidade,

Transformando em etiqueta

Tudo o que fora galhofa:

Dramalhões de opereta.

Já, pasmado, filosofa,

O poeta espantalho,

A chorar por cada “estrofa”

O valor de seu trabalho.

Caprichando na moldura,

Vai trocando seu bugalho,

Vai perdendo a finura,

Esquecendo a própria farsa,

Conhecendo a amargura

Noutro copo de cachaça.