Raramente.
Pensar em ti?
Já nem me lembro
da textura da sua barba;
tampouco daquele seu cheiro
que me acalmava.
Já não me lembro do castanho dos seus olhos,
nem do seus dentes ordenados,
me devorando.
Sequer da maciez dos seus lábios
consigo me recordar;
e a segurança de estar em seu peito,
não me passa pela cabeça.
Me esqueci das massagens desajeitadas
que te dei,
das suas tentativas fajutas
de dizer que eram boas.
Não me lembro do gosto do omelete sem óleo;
dos filmes inacabados.
Com muito custo, sinto você em meu colo;
talvez dos meus beijos molhados
em seu rosto,
um dia eu me recorde.
Já nem sei qual é o seu gosto.
Nem entendo esse arrepio frequente.
Dificilmente eu reconheceria a sua voz.
Não consigo mais te ver ao fechar os olhos;
nunca mais tentei tocar a sua ausência.
Minha mente, mente...
raro é esquecer-te.