A dor de ser o que é


O tempo como erro
e o nada ser e a
necessária hora de viver o tempo,
quando é tempo perdido
o que foi memória
e não só compaixão mitiga
o que foi erro,
o olhar então adiante
o faz que sorria
e faz falta de chão
agora ser aterro, porque
já não é mais tempo
o que foi resgatado
e agora quer enterro
sob terra firme,
sem causar terremoto
em horário errado,
sem ter necessidade que se
reafirme o que sempre
foi erro a demandar motivo
sem ter motivo algum
a não ser estar vivo
sob o olhar cativo de quem
que atrevemos escravizar
ao erro que à sós cometemos
até que ao perdê-lo,
sucessivamente,
sejamos só o erro sem
coração e mente. Em dor
da culpa tida como
um dever ser uma penitência
totalmente inválida,
não há essa justiça
que impeça de ver
a dor total que cega
ao nos impedir lida
de transcender a dor
que nos aniquila
falsificando a essência
c’ a autopunição
em máscara de ferro
que à emoção maquila
em uma dor de pedra
de demolição que causa
assim o dolo da máscara
em rosto, que a tudo
engana até mesmo
ao desgosto de não querer
a máscara, mas em tê-la
petrificar a culpa
e assim vivê-la,
sendo o justiceiro
que ocupa o posto
mesmo ao sentir repulsa
ao sê-lo, por gosto.
Mesmo gosto de fel.


 
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 20/04/2018
Código do texto: T6314217
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