Sol, lua e desespero

Tua luxúria me pinta com as cores do absurdo

Tenta aquarelas nas misturas mais alucinadas

Procurando o meu tom certo, o profundo

Nas nuances que já foram tuas, marcadas

Extrai de mim a última palavra enamorada

E quando verso na tua cama e vou fundo

Quando te mostro minha alma escancarada

Me acha a mulher mais bonita do mundo

Mas, de repente, me eleva a astro de céu

Sou lua, impossibilidade, longínquo farol

- Me coloca na boca um gosto de fel -

E diz que não pode me disputar com o sol

Me joga pra lá e pra cá porque, no fundo,

Precisa apenas saber o quanto me domina;

Sente em meu ardil a imensidão do segundo

E teme se entregar ao que mais te fascina.

http://versosprofanos.blogspot.com/