As diferenças são sagradas

Ele queria que ela desse um adeus ao mundo

Mas como, se ainda não morreu?

O destino tinha mostrado que nada é dela,tudo dele.

Mesmo assim com muito jeito ela deu um adeusinho.

Um presente suportável em fragmento

Efêmero como tal , a anciã sobrevivente das gerações perdidas

Foge ao máximo do sofrimento.

Sabe que há dias de uma falsidade incrível

Como a vida da gente.

Será que é morta viva?

Reza, benze, espera milagres a todo instante.

Olha o mundo lá fora bem distante.

O atormentado homem vira a folha

Como o piolho de cobra bem no leito

Ciumento não sabe amar

Corrompido maltrata o outro.

Florzinha já cansada ,atormentada.

Nada mais de sonho é noite escura

Para cima e para baixo, correndo sem querer nada fazer.

Enrola, sente culpa no disfarce.

Essa condição mesma de falta de engajamento

Assim passam os dias

Sendo azedada, esfolada e alienada.

Neuza Ladeira
Enviado por Neuza Ladeira em 01/09/2007
Código do texto: T633362
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