IN-PACIÊNCIA

Um minuto, creio que seja o bastante

Nada pode ser tão permanente que dure

Intacto, por mais de um minuto, silente

Penso dos objetos, corpos, adjetivos, estruturas

Idéias permanecem, creio que sigam adiante

Além mesmo daquele que às teve em mente

De fato, por mais insalubre idéia, porém inebriante

Como agir prematuramente, sem sombras, dedos

Em riste, como se fossem flechas

Que não quisessem chegar ao alvo

Mas preferissem a dor da espera,

A ânsia do impacto a qualquer momento

Agora, invento o som perfeito

Da flecha que deveria chegar

Rápido, plenos pulmões atacando o ar

Um grito, rouco, acumulado, turvando a vista

Era pra deixar a alma vazia, mas não:

Foi em cheio...