Os sinais

Cadê

cadê

cadê

cadê

você?

Porque a correspondência ainda não veio

E ainda não tive alegria

Em desdobrar-me nas tuas linhas

Em tua letra

Em teus sinais.

Quero mergulhar em ti

Numa enchente de ti

Num mar essencialmente feito de ti.

E unir-me a tua luz

Que se irradia do teu corpo

Teu corpo que me chega tão belo.

Os teus sinais hão de me chegar

Quando eu menos esperar

Talvez num raiar de dia

E há de vir junto

De brinde

A tua melodia

Que arrumaste muito bem

Nos cantos de página

Plenas da poesia

Mais noturna que conseguiste ensaiar.

Pássaro selvagem

Inviolável

Sem garras

Livre

Alegre.

Pássaro selvagem

Preciso afogar-me em tuas penas

Sentir-me só no teu calor

Que sai do teu corpo

E entra no meu.

Pássaro querido

Hei de acentuar-te

Ao meio-dia

Numa beleza que nunca acaba

Num som que nunca finda

Numa alegria que nunca voa

Para longe

Mas sempre está por perto.

Pássaro querido

Selvagem neblina

Algum dia, hei de acentuar-te

Pôr os pingos nos teus i’s

Acentuar-te, enfim

Para mim.

Rosiel Mendonça
Enviado por Rosiel Mendonça em 02/09/2007
Código do texto: T635593
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