Qual Ave Vadia


Meus dedos pressionam o teclado
E perfuram teus olhos
E alimentam teus sonhos
Teus desejos
Teu pecado



Minha alma se inspira
E enche minhas mãos de ternura
De uma força vívida
Que não sei de onde parte
De onde vem



A arte de conceber-te
Com meu bem
Com meu zen
Com meu intuito de amenizar tua dor
De protelar teu desencontro



É assim como árvore carmim
Que vai e vem
No balanço do vento
Do que penso
Do que sinto
Do que escrevo e descrevo enquanto teclo



Espero eu um dia tornar-me interessante
Ser deveras pulsante
E levar-lhe a vida
E mostrar-te teus preceitos
E preconceitos
A cerca dos assuntos humanos



Quero ter-te alguns segundos em minhas mãos
Quero ter de teus segundos um centésimo de atenção
Quero ser essa louca canção
Que diz sim, que diz não
Quando sente vontade de tocar



Mas, caro amigo, é impossível agradar a todo instante
Se até em meu eu essa energia, às vezes é tão vazia
É tão sem idéias
Como poderei quase sempre ser genial?
Genial mesmo é saber que nem sempre se é



Gostaria de cegar os teus olhos com inúmeras palavras
Gostaria de segurar tua respiração por alguns instantes
E manter-te em teu estado sublime
Onde o mais importante não é o que se vê ou que se absorve de novo,
Mas o que se sente!



Quando me envolvo em teu mundo
Acho sim que novamente eu me descubro
E acho você procurando por mim
E vejo suas qualidades, achando meus defeitos
E vejo seus erros, observando meus acertos
Enfim



Esse nômade constante
Que procura terras enervantes
Terras que habitam em outros corpos terrestres
Por vezes celestes
Este sou eu no começo
E o quero ser no fim



Qual ave vadia
Que voa por terras distantes
E tem em vários cantos
Lugares onde habita quase sempre
Este quero ser eu até o final de meus dias



Eu, com loucas manias
Com rédeas vazias
Como prostituta cheia de alegria
Que tem amores fixos
Mas que adora umas orgias a mais



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Oscar Calixto
Enviado por Oscar Calixto em 03/09/2007
Reeditado em 08/09/2007
Código do texto: T636741
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