Cruzes na colina

Elas estão lá, enfileiradas.
Não são românticas
como a dos vilarejos ingleses.

Nem tranquilas,como as dos campos
do norte.
São apenas tristes.

Um fio de água escorre em direção a vila
depois da chuva.
Lágrimas por tanto tempo retidas.

O abandono das flores esquálidas
de plástico ou de papel crepon
enfeita fotografias esmaecidas.

Quem será esta aqui, aquela ali?
Quem sabe já não está mais aqui
ou nem se importa.

Antecipando o meu futuro
desço a colina enquanto fumo
um cigarro sem filtro.

Que diferença isto pode fazer na vida
se a morte tudo iguala
nas cruzes da colina?



( do livro inédito de poesias Mapa da Vida)