Marte em Minas

Uma lâmpada hesita

treme e oscila

antes de acender.

Anos atrás

nessas mesmas ruas

por onde caminho hoje

vi meu primeiro poema nascer.

Uma placa,

que não existia antes

agora indica o recanto

dos poetas.

Seria presunção

afirmar que o sou

em meio a tantas

palavras incertas.

O céu, as ruas

e a falta de motivo

continuam iguais.

Fato torpe e corriqueiro

menos interessante

que os obituários dos jornais.

Enquanto isso

entre serras e curvas de estradas

Marte paira supremo

no céu das Minas Gerais.

Márcio Filho
Enviado por Márcio Filho em 17/07/2018
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