... e nada mais.

... e nada mais.

Sofro a angústia de não dedilhar contigo as contas do rosário da existência.

Machuca-me saber-te existindo comigo de maneira tão distante.

Fico a somar as migalhas do tempo... e não me canso.

Fadiga-me tanta falta tua.

Sufoca-me esse tempo oco.

A quem devo cobrar as horas que não vivo ao seu lado?

Teria alguém capaz de restituir cada momento teu que não participo?

Não quero culpar Deus, nem a vida, tampouco eu... Paciência...

Saudade é uma expressão bela, mas não te serve. Pequena demais para te traduzir em mim.

Dedico-me a espremer sentimentos que te busquem sem doer.

Inútil tê-lo sem me ferir. Sou incapaz de lembrá-lo sem sangrar.

Iludo-me a tentar esquece-lo, só porque sei que não posso.

Que tudo isso é amor, eu sei!

Que amor é tudo isso? Não sei...

É aí, é bem aí, que fecho os olhos e explodo em lágrimas de você!

Mauro José Ramos

Mauro José Ramos
Enviado por Mauro José Ramos em 05/09/2007
Código do texto: T639522