Faces da velhice

Quando me encontrava no berço,

O tempo já passava por mim,

Pois eu não sabia da vida um terço,

E nem por qual motivo eu vim.

Tão pequeno como um coelho,

Já tinha algumas manias,

Chorava muito e ficava vermelho,

Tentando buscar regalias.

Não era um berço de ouro,

Pois de família humilde eu era,

Mas tinha no lar um tesouro,

Pai e mãe, o que mais quisera.

Por não saber o preço da vida,

Ao sentir fome eu chorava,

Mamãe, naquela lida corrida,

Nos teus braços amamentava.

Assim que eu ficava satisfeito,

Caía naquele sono profundo,

Voltava ao berço, meu pleno leito,

Uma criança no mundo.

As fases da vida foram passando,

Fui descobrindo as fantasias,

Coisas que passam voando,

Sem provocar avarias.

A adolescência chegou,

E a imaginação desperta e aquece,

O coração palpitou,

Quanta inocência merece.

E nesse ciclo da vida,

A busca passa a ser incessante,

Às vezes muito atrevida,

Que faz pecar um instante.

Moço jovem quer liberdade,

Tem coragem, mas pensa pouco,

Sai atrás da cara metade,

E age infantil como louco.

Quando encontra a fada querida,

Sem exitar logo casa,

Tudo é love, pedra polida,

Um vulcão lançando brasa.

Desse romance vêm os filhotes,

E aquele choro na madrugada,

Manias novas, novo lote,

Em plena noite estrelada.

Ah! O dia logo amanhece,

Tenho que ir trabalhar,

Com as mãos faço uma prece,

Tenho filho pra sustentar.

Aquele menino do berço,

Põe em prática o que aprendeu,

Tão logo vai passar o terço,

Para um filhinho que é teu.

Veja como Deus é fascinante,

Fez tudo isso e deu de presente,

Seja da vida um estudante,

Um vencedor combatente.

Minha gente o assunto é sério,

Bem que a geração passada me disse,

Não cometa nenhum adultério,

Lembre-se das faces da velhice.

maninhu
Enviado por maninhu em 06/09/2007
Código do texto: T640584
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