Carta à depressão.

Querer,

como o fazer?

A chama

fez as malas;

o sentir

não dorme.

O fazer

acontece?

Às vezes dentro,

nunca fora.

Pesos gritam,

suavemente desisto;

neles acredito.

Cordas apertam os nós;

o ranger de grades

é ensurdecedor.

Correntes,

cadeados,

chaves perdidas;

envolvem sedutoramente

o menor sinal de vida.

Madrugada;

escuridão;

longa estrada.

O tom da própria voz,

estranho.

Você não entende nada,

vira o rosto,

coloca as mãos nos bolsos.

Em cada segundo, uma jornada.

Enquanto o sol queima seu rosto,

uma tempestade,

acontece ao lado.

Jusci Loiola
Enviado por Jusci Loiola em 03/08/2018
Reeditado em 21/06/2022
Código do texto: T6408318
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.