Abraço
Teus braços antes arranco,
te dou caneta e caderno:
na minha mesa no inferno
beber já podes do branco...
Aqui a voz quando estanca
deglute a alma que é terna;
também o medo é externo
e a ira nele decanta
Por hoje dormes no instante,
de ti escondo a palavra -
enterro o erro que cava
a dor que nela se expande...
Que pouco estive gozando
do teu silêncio-cansaço...
'manhã remonto teus braços
enquanto vou te abraçando.