O Doido

Era o doido incoerente
vagando pelo oriente
dos ocidentes do mundo.

Contava suas lorotas
escondendo nas anedotas
os absurdos contidos
na sua própria engenhoca.

Com o sorriso dos admiradores
escondia ele no canto dos olhos
as amassadas magoas do mundo vivido.

Nas gargalhadas por ele bem dadas
jogava fora o pobre de dentro
e com o choro do riso que ninguém contava
fazia com toda a sua graça
jorrar a dor escondida.

E os ouvintes de pé aplaudiam
e o doido, com todo o seu sorriso
de tristeza morria.

NormaBento
Niterói, 03/1981.
Norma Bento
Enviado por Norma Bento em 19/09/2018
Código do texto: T6453662
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