ALUMBRAMENTO

O rio faz a margem,

O rio faz o ciliar da mata,

O rio faz o caminho,

O rio faz o novo do batismo.

O rio corre para o mar,

Que, sem margens, faz

Meu coração não sentir,

Só pensar.

Penso as feridas na água clara

Que passa na aldeia de qualquer pessoa,

Um rio largo, riacho que habita

O ver de quem ama a paisagem.

Eu amo a paisagem.

A lua de hoje desenha no céu um rio de luz.

Quero a profunda margem desse rio

Que não consigo entender,

Só ver.

Nele, a rosa maior, mistério.

Um dia hei de habitar,

Quem sabe, a margem terceira

De uma vida com eira e beira.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 25/09/2018
Reeditado em 27/03/2019
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