Sem rumo

Meu barco navega

sobre as ondas inconstantes

dos versos...

sem ritmo ou direção

meu barco é poema

sempre inacabado...

e os olhares que me espreitam

nem imaginam

em que porto vou ancorar.

nem eu...

meu barco segue confiante

em um destino que desconhece.

praias ensolaradas o esperam

do outro lado do mundo

em regiões desconhecidas

sou barqueiro, guiado

pela intuição...

quem sabe onde vou parar?

nem eu sei, nem ninguém...

Se lá me esperam, ignoro,

tudo que anseio, é compreender

o mistério de uma vasta solidão

tão bela e completa...

que de mais nada necessita

além de si mesma...

e de longe, muito longe

quero apenas lançar meu olhar

sobre os seres que se reunem

sobre os seres que discutem,

temerosos...

e planejam seu destino

com pequenas margens de erro.

Só pedimos, eu e meu barco

a inexatidão de um mundo desconhecido.

e inexplorado...

um novo caminho...

novas águas de brancas espumas.

novas praias de areias douradas.

novo porto, sem dono...

nova história.

Mareluz
Enviado por Mareluz em 04/10/2018
Reeditado em 23/05/2020
Código do texto: T6467396
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