Sem rumo
Meu barco navega
sobre as ondas inconstantes
dos versos...
sem ritmo ou direção
meu barco é poema
sempre inacabado...
e os olhares que me espreitam
nem imaginam
em que porto vou ancorar.
nem eu...
meu barco segue confiante
em um destino que desconhece.
praias ensolaradas o esperam
do outro lado do mundo
em regiões desconhecidas
sou barqueiro, guiado
pela intuição...
quem sabe onde vou parar?
nem eu sei, nem ninguém...
Se lá me esperam, ignoro,
tudo que anseio, é compreender
o mistério de uma vasta solidão
tão bela e completa...
que de mais nada necessita
além de si mesma...
e de longe, muito longe
quero apenas lançar meu olhar
sobre os seres que se reunem
sobre os seres que discutem,
temerosos...
e planejam seu destino
com pequenas margens de erro.
Só pedimos, eu e meu barco
a inexatidão de um mundo desconhecido.
e inexplorado...
um novo caminho...
novas águas de brancas espumas.
novas praias de areias douradas.
novo porto, sem dono...
nova história.