Mar revisitado

eu vi, meu amor, suas asas baterem com inesperado tremor

sobre esse mar de saudade que não estanca.

a palavra grita

entre um verso e outro

o desejo nos seus lábios quentes.

como se a palavra

outra vez

crepitasse ante a dor que sua ausência semeia

nesses versos tão públicos e tão secretos.

sei que os meus passos traçam

esta solidão

e nada, nem ninguém, nem nunca, nem mesmo o amor

evitará o infinito assombro...

mas em que mar, quem sabe, um dia te reencontro?

Marco Xavier
Enviado por Marco Xavier em 19/10/2018
Reeditado em 19/10/2018
Código do texto: T6480420
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