A Casca de Noz, de Nós

Casca de Noz, de Nós.

Espelho em você a minha imagem

Que se desfaz e refaz no enlace:

De nossas lutas,

De nossas perdas,

Das vitórias.

De nossas brigas,

De nossos encontros,

Dos desencontros.

Perdemos o momento do pleno encontro.

Uma só carne, sangrando.

Cortada diagonalmente com sua dor solitária.

Diferente, mas unidos na heterogeneidade

Do amor, do atrito,

Do cansaço, da esperança.

Da não sapiência,

E, às vezes, da aprendizagem.

Na casa, mesmo dentro dessa casca de noz

Cheia de rugas e rachaduras,

Apertada e dura de quebrar,

Nós dois tão perto, ficamos distantes.

Nossa voz ficou rouca de tanto gritar

Sem ser ouvida... ou compreendida

Nossa queixa aquietou-se na ponta dos dedos.

Nossa fala se desfez

Ou nunca aconteceu.

De costas um para o outro,

Ainda enxergamos:

Nossos rostos cansados.

Nossos risos de lágrimas.

Reflito e aceito sem saber.

Se é certo, se é errado

Para mim ou para você.

Se é ganho, ou perda.

Se é engano ou apenas cômodo.

Na esperança que, desse fim, o infinito nos responda:

__ Descansem, vocês combateram o bom combate!

JANET VITAL
Enviado por JANET VITAL em 12/11/2018
Reeditado em 18/06/2020
Código do texto: T6501042
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