A Casca de Noz, de Nós
Casca de Noz, de Nós.
Espelho em você a minha imagem
Que se desfaz e refaz no enlace:
De nossas lutas,
De nossas perdas,
Das vitórias.
De nossas brigas,
De nossos encontros,
Dos desencontros.
Perdemos o momento do pleno encontro.
Uma só carne, sangrando.
Cortada diagonalmente com sua dor solitária.
Diferente, mas unidos na heterogeneidade
Do amor, do atrito,
Do cansaço, da esperança.
Da não sapiência,
E, às vezes, da aprendizagem.
Na casa, mesmo dentro dessa casca de noz
Cheia de rugas e rachaduras,
Apertada e dura de quebrar,
Nós dois tão perto, ficamos distantes.
Nossa voz ficou rouca de tanto gritar
Sem ser ouvida... ou compreendida
Nossa queixa aquietou-se na ponta dos dedos.
Nossa fala se desfez
Ou nunca aconteceu.
De costas um para o outro,
Ainda enxergamos:
Nossos rostos cansados.
Nossos risos de lágrimas.
Reflito e aceito sem saber.
Se é certo, se é errado
Para mim ou para você.
Se é ganho, ou perda.
Se é engano ou apenas cômodo.
Na esperança que, desse fim, o infinito nos responda:
__ Descansem, vocês combateram o bom combate!