Sobre uma causa perdida

Leva-me tempo esse negócio chamado vida

Quase sempre contemporiza

Ou apaga-se de vez sem prévio aviso

Faz-me presente o momento indiferente

E o respiro que insiste inutilmente

Neste fracasso temporário de estar vivo

Mas o que existe entre os extremos

Naquilo que respiramos,sorrimos e sofremos

Faz valer a pena a temporada

Ou então o trágico cenário

Num lamento que se faz valer involuntário

Nos limita e nos retorna ao grande nada

Mas viver é correr risco

É beijar a boca do abismo

E no fim inevitável pagar a dívida

Daquilo que nos deu a providência

Ou daquilo que do acaso se formou

Do pecado original ou da ciência

A fagulha transitória se apagou

Bruno Sousa
Enviado por Bruno Sousa em 29/11/2018
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