Malícia

(Para o Giácomo.)


Quando ele chega no vento das manhãs,
é como o Sol se estendendo pelos campos
em langorosos raios que aquecem
e sem intenção acariciam meus cabelos.

Sua voz é gorjeio de infinitos pássaros
alegremente escondidos entre as árvores.
Permaneço de costas para o Sol.
Neste universo, é ele quem gira entre os planetas.

Adoraria tomá-lo em meus braços,
corpo moreno e cálido ao fim da tarde mas,
como a malícia,
ele se fecha ao toque dos meus dedos.

Impossível colher a rosa vermelha em sua boca.
Qual o caminho para o seu coração? "É fácil."
Eu não sei. Nasci afeita às coisas mais difíceis.

Silenciosa contemplo seus olhos
luminosos, profundos e aveludados
como cacimbas noturnas de água doce.
Disfarço meu desejo que segue sua figura
com a quietude de um menino espreitando passarinhos.

Malícia, mimosa pudica. Dizem que és erva daninha.
Deveras; meus pensamentos andam infestados de ti.
Srta Vera
Enviado por Srta Vera em 11/12/2018
Reeditado em 01/07/2019
Código do texto: T6524221
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