MÃOS A SANGRAR

Mãos apertando a dor no botão de rosa em flor.

Solitárias sentem a ferida do espinho que insiste sangrar

Olhar perdido, nada faz sentido.

Tudo sem futuro como a solidão da prisão num quarto escuro

Viver é tracejar um rascunho de próprio punho,

Sonhos ao alto voando entre tantas alternativas.

Um salto estamos no céu em romântico e simples balão

No instante seguinte

Cruzamos oceanos no requinte ligeiro de moderno avião.

Por razões lógicas ou rápidas e incríveis emoções

Trocamos a paixão em nossos corações.

Tantos riscos e rabiscos tornando o destino arisco

Entre prazeres e medos, a desvendar os segredos do mundo

Chico ou Francisco, rico ou um pobre Raimundo

Na rotina das escolhas quase nada é impossível

Mas se o espinho da dor, num mero segundo

Faz corte profundo de nunca cicatrizar

A viagem de um parceiro estanca

De forma definitiva e permite, talvez,

Outros escrevam as últimas folhas

O vermelho da vida outrora em flor mistura-se à veia a pulsar

Por mais formosas sejam as rosas,

As lágrimas de quem está a chorar

Fazem toda flor ficar branca,

Pálida como a dor das mãos que as apertam a sangrar.

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 02/01/2019
Reeditado em 02/01/2019
Código do texto: T6541382
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