Eu ladrão de mim

Acordo-me

e estou a roubar

sono sereno repousante da noite.

Levanto-me

e perco-me gesto inexistente

contemplação de existir.

Vejo-te

e roubo-me silêncio virginal

de não te conhecer.

Ao beijar-te

afano-me

imaculado direito de não

sentir o sabor de teus lábios.

Oh doce ventura

do gozo do não saber.

E ao te perder

Encontro-me

Eu ladrão de mim.

Lcambará
Enviado por Lcambará em 15/09/2007
Código do texto: T654301
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