Choram Montanhas

Choram montanhas lágrimas de lama

que não são suas

Choram filhos soterrados pela ganância galopante

que não é sua

Choram pais em dicotomia perdidos

nas ambições mordazes

que não são suas

Choram muares, lamentando os ares

atolados em desamparo

na pobreza de espírito de um pobre país rico,

de um rico país pobre, sem recursos

no decurso do degresso estampado em sua flâmula.

Nem um dardo é dado a apaziguar o sofrimento

que é seu.

Choram brumas dizimadas pelo rejeito

E rejeito premido pela mesma força da que trabalha contra a beleza do Paraíso.

A Grande Prostituta que seduz o mundo,

atrai e trai o homem com o poder do vil metal

sidérico e radioativo, instrumento da descriação.

Aos inocentes, o peso da provação

e o descaso de não ser gente.

Aos insensatos, a justiça do alto em lança de ferro

(nobre ferro) cravada no cérebro de sua (in)consciência

mórbida, soturna, e o sequestro da alma

que já não é mais sua.

Paulino Pereira Lima
Enviado por Paulino Pereira Lima em 02/02/2019
Reeditado em 02/02/2019
Código do texto: T6565262
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