Mente inquieta

MENTE INQUIETA

Mente inquieta esta minha,

Que agita, revira e caminha.

Canta, ruge, esbraveja,

Sapateia, rodopia e incendeia.

Toma vinho, bebe cerveja

E a água saboreia.

Mente criança

Que corre e brinca

De esconde-esconde

E amarelinha.

Pula, gesticula, salteia

Jogando fora

A fada madrinha.

Castelos, eu não quero.

Quero a mata cerrada

Que com coragem

Será desbravada

Encontrando no fim

O meu pouso.

Quero subir, descer,

Andar, procurar,

Sem repouso, o ideal.

Mente vadia, irreal

Aonde me levas

Neste desvario?

Brigo contigo

Porque não te entendo

E quando eu a compreendo

Arrependo-me desta briga.

Mente inquieta que me desperta

Do torpor, desânimo, depressão.

Pensei ser estúpida e és esperta

Conduzindo-me por tua mão.

Quero-te bem, minha mente.

Pois somente aquele que sente

Sabe ter mente e ter razão.

Gilda Porto
Enviado por Gilda Porto em 18/09/2007
Código do texto: T657961
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