PROCRASTINADOR PROEMINENTE DA PROBABILIDADE
PROCRASTINADOR PROEMINENTE DA PROBABILIDADE
Vês a beleza de minha alma por dentre estes olhos ?
Imputrescível, não ? Ininteligível amor ?
Vês a aura inexaurível que acompanha meus pensamentos audaciosos ?
É a controvérsia de um fogo que há muito já se apagou
Relembro que um dia fui menos impuro
Sei que os meus olhos já mudaram de opinião
E que aquelas palavras inexoráveis estão no escuro
Mentiras assíduas de promessas ineficazes sobre uma revolução
Me lembras estes discursos farfalhantes, falsamente belos, esconjurados em longas folhas
E também aquela postura inverídica, tristemente cívica, civilizada tristeza, da dor que não arde
Dubitativo é o caminho das prováveis, incertas e eternas, quadradas esferas, escolhas
O que foi protelado com excelência gerou falsas riquezas, expulsou os valores, criou o covarde
Depois de nada, caro amigo, já não és caro como foste antes
Agora és um produto qualquer, lapidado como um diamante
Sim , foste moldado e castigado pela própria potencialidade e palavra
Lá para os teus falsos profetas, ganhaste; e para ti, barato amigo, o que achaste ?
Uniu-se aos espíritos malevolentes, escarnecendo a democracia
Tragou o fumo dos soldados valentes, mas escarrou na própria utopia
Ah, não és um prodígio, és falsa harmonia. Tens a vontade, mas falta o ato
Sai do espelho arco-íris, por ti. Vence a luta e faz a fato, por mim.
[escrito durante 2006.. não lembro quando.]