PROCRASTINADOR PROEMINENTE DA PROBABILIDADE

PROCRASTINADOR PROEMINENTE DA PROBABILIDADE

Vês a beleza de minha alma por dentre estes olhos ?

Imputrescível, não ? Ininteligível amor ?

Vês a aura inexaurível que acompanha meus pensamentos audaciosos ?

É a controvérsia de um fogo que há muito já se apagou

Relembro que um dia fui menos impuro

Sei que os meus olhos já mudaram de opinião

E que aquelas palavras inexoráveis estão no escuro

Mentiras assíduas de promessas ineficazes sobre uma revolução

Me lembras estes discursos farfalhantes, falsamente belos, esconjurados em longas folhas

E também aquela postura inverídica, tristemente cívica, civilizada tristeza, da dor que não arde

Dubitativo é o caminho das prováveis, incertas e eternas, quadradas esferas, escolhas

O que foi protelado com excelência gerou falsas riquezas, expulsou os valores, criou o covarde

Depois de nada, caro amigo, já não és caro como foste antes

Agora és um produto qualquer, lapidado como um diamante

Sim , foste moldado e castigado pela própria potencialidade e palavra

Lá para os teus falsos profetas, ganhaste; e para ti, barato amigo, o que achaste ?

Uniu-se aos espíritos malevolentes, escarnecendo a democracia

Tragou o fumo dos soldados valentes, mas escarrou na própria utopia

Ah, não és um prodígio, és falsa harmonia. Tens a vontade, mas falta o ato

Sai do espelho arco-íris, por ti. Vence a luta e faz a fato, por mim.

[escrito durante 2006.. não lembro quando.]

João Guilherme Magalhães Monteiro de Almeida
Enviado por João Guilherme Magalhães Monteiro de Almeida em 18/09/2007
Código do texto: T658581