Alquimia Poética

Transmuto-me, e à poesia... Ainda grosseira,

pronta a ser lapidada e lanço cadinho em chama;

e os ingredientes estão dispostos em novas palavras,

segredos desvelados e velados, renovados em Hermética.

Transmuto-me, sou a poesia... No fogo alquímico,

cozinhando no mercúrio, em leite da terra;

devorador de vocábulos disfarçados... Sou sol,

e o criptógrafo adormecido desperta,

revelando a pedra da consciência... Matriz do elixir.

Transmuto-me, em vertigens poéticas... Em brasas

Mergulho nesse fumegante frenesi transformador

D’onde retiro o sal dos sábios e as novas revelações

Transito agora entre os estágios transformadores

E a noite de estrelas fez-se presente em nova rima

Transmuto-me, sou o próprio carvão... Tornar-me-ei ouro

Dentre todas as estrofes da minha vida, vou luzir em magma,

das entranhas da mãe criadora jorrará a bebida revigorante;

e antes de renascer morrerei três vezes, em sepulcro lacrado,

e resplandecente e eterna minh’alma completará a obra;

que no orvalho colhido pela manhã se fez consumada.

De um processo denominado de Alquimia Poética...

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 18/03/2019
Código do texto: T6601104
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