Pétalas Pálidas

Escute o som desse silêncio que permeia

O vácuo intenso do universo pessoal

Onde pintei milhões de estrelas e cometas

Com tintas velhas numa tela de lençol

Agora olhe e veja as formas do invisível

Que preenchem tudo nesse mundo que criei

Sobre alicerce em dimensões de ruptura

Realidades em tons falsos que perjuram

Sinta o olor denso das flores sem perfume

Que eu plantei junto aos rios da existência

Pétalas pálidas foram tingidas de betume

De um brilho cego sob a luz do vaga-lume

Incoerência em atitudes que aprazem

Nessa loucura onde os olhares se satisfazem

Mas abdico desses sorrisos materiais

Pois me cansei dos caminhos intransitáveis

Venha comigo e olharemos pelos espelhos

Enfrentaremos aquilo que mais tememos

O microcosmo incompreendido interior

Onde os flagelos inconscientes causam dor

Também veremos aqueles homens antigos

Que éramos quando o sol ainda brilhava

Agora somos uma frase mal escrita

Que solitária e indefesa a alma grita

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 21/03/2019
Código do texto: T6603712
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