Diário de um perdedor
Saia todas as noites sozinho,
Em busca de um par encantado,
Rondava festas e jogos.
Sempre com uma mulher ao seu lado,
Tinha nos olhos a magia,
Na fala um dom atrativo,
Algo que as mulheres não resistiam,
E caiam em pleno perigo.
Tirava delas o desejo,
E sem perceber jogava fora,
Brincava de amar de verdade,
Fazia juras e ia embora.
Era um galã tipo alinhado,
Que mentia a ter de tudo,
Dinheiro, carro e jóias,
Um poliglota em estudo.
Metido a conquistador,
E só jogava pra ganhar,
Sujeito fino, mas trapaceiro,
Que se passava por doutor,
Dava carícia a namorada,
Mas de olho no jogador,
Fazia conta na boate,
Pagava com o dinheiro dela.
Divertia, fazia farra,
Só saía com cinderela,
No xadrez um xeque-mate,
Quem diria aquele galã,
Que zombava de dar amor,
Encontrou a mulher dos seus sonhos,
E tão logo se apaixonou.
Mas foi rejeitado por ela,
E nem sequer a impressionou,
Pois até as pedras se encontram,
E o trapaceiro encontrou,
Pagou o preço, este é o fim,
Diário de um perdedor.