A PRIMA JOANA

(Cícero Manoel)

Nos confins do meu sertão

Num lugar muito bacana,

Morava uma tia minha

Chamada Sebastiana,

Ela tinha uma filha

Que se chamava Joana.

Todo final de semana

Pra casa dela eu ia,

Lá eu e a minha prima

Namorava e ninguém via,

Eu adorava beijar

A filha da minha tia.

Em pleno clarão do dia

Junto do fogão de lenha,

Eu agarrava Joana

E ela dizia: “Venha!”

Pra roubar um beijo dela

Eu já sabia a senha.

Naquele fogão de lenha

Com uma paixão insana,

Minha prima acochei muito

Todo final de semana,

Ali eu dei muitos beijos

Na minha prima joana.

Minha tia Sebastiana

Nunca pegou eu e ela,

Tínhamos só quinze anos

Joana era muito bela,

Mas tudo se acabou

Quando vim pra longe dela.

Joana minha donzela

Deixei naquele sertão

E vim morar na cidade

Longe da minha paixão,

Hoje só tenho lembranças

De nós dois lá no fogão.

(Sítio Ilha Grande, Santana do Mundaú-AL, 12 de janeiro de 2011)

Cícero Manoel (Cordelista)
Enviado por Cícero Manoel (Cordelista) em 13/04/2019
Código do texto: T6622858
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.