Oito anos
Eu te esperei por oito anos,
Não esperava que viesses frágil assim,
O calor do teu corpo sob meus cuidados,
Mãos atadas a te libertar a outro corpo,
Um corpo que já é teu há seis anos
E eu eu, intruso que sou, em teu corpo repousei.
Não havia em nós vontades que pudéssemos controlar,
Éramos dois vazios perdidos no tempo a conversar,
Procuramos nos céus as sete luas,
E um incontrolável desejo em nós nasceu.
Eu não queria te amar o quanto amo,
Oito horas e oito a nota de uma dez que me falou,
Nossos corpos ocupando a mesma cama,
O teu ledo a preencher o que em mim faltava,
Certamente amanhã estará vazio
E não estarás sob meus cuidados,
E a que irei recorrer enquanto repousado noutros braços?
Braços que são tão teus quanto os meus,
Ficarei vazio,
Mas aguardo tua volta,
Porque eu sei que é amor o que sinto