Oito anos

Eu te esperei por oito anos,

Não esperava que viesses frágil assim,

O calor do teu corpo sob meus cuidados,

Mãos atadas a te libertar a outro corpo,

Um corpo que já é teu há seis anos

E eu eu, intruso que sou, em teu corpo repousei.

Não havia em nós vontades que pudéssemos controlar,

Éramos dois vazios perdidos no tempo a conversar,

Procuramos nos céus as sete luas,

E um incontrolável desejo em nós nasceu.

Eu não queria te amar o quanto amo,

Oito horas e oito a nota de uma dez que me falou,

Nossos corpos ocupando a mesma cama,

O teu ledo a preencher o que em mim faltava,

Certamente amanhã estará vazio

E não estarás sob meus cuidados,

E a que irei recorrer enquanto repousado noutros braços?

Braços que são tão teus quanto os meus,

Ficarei vazio,

Mas aguardo tua volta,

Porque eu sei que é amor o que sinto

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 30/04/2019
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