Grito Insólito
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E se nas ondas
Repasso meus temores
Marés e espumas
Gestos e saudades
E se me perco
Em cada labirinto
E se faminto o sonho
Se esvoaça...
Vou-me nas ondas
Vou na maré alta
E na areia deito meus lamentos
E os meus medos
Eternos, infinitos.
Infinitivas em versos tão pretéritos
Vão-se as palavras
E suas ressonâncias
O som de passos,
Meus pés sobre o cascalho
E o grito insólito
Do que eu tenho em mim.
Navego então cansada, assoberbada
Me guardo nessas águas
Que retorcem meus sentidos
Que reviram minha voz
Ouvindo minhas queixas...
Que me transportam
Soprando as madrugadas
Que aportam em mim...
Que molham, enfim
A dor que refuguei...