Pedaços

Se existisse um pedaço de riqueza

E se o pedaço findasse real

O mais incrédulo se tornaria patrono

E faria do pedaço ideal

Se a fraude versasse em lucro

E se o lucro prestasse ao gatuno

Lá se ia correr contra o vento

E chegar a primeiro ao seu turno

Pois de esperto se faz o peralta

E certeiro se tem no conclave

Não desconfia do cortês mais chegado

E se amarra em seus próprios percalços

Compra sua própria sentença

E eleva seu ego inflado

Se cerca de um poço de nada

Afoga-se em seu próprio vazado

E de tão incompleto que se torna

Lacrimeja em vacilos constantes

Pois não vê a beleza da calma

E se orgulha por se ver inflamante

É o pedaço da alma que rasga

E o resto da paz que se apaga

E a incerteza que toma o complexo

É a baixa que leva do nada

Mais um dia seus cosmos se voltam

Seus minutos serão só minutos

As moedas serão só moedas

E o pedaço terá se perdido

Um dia o completo se fará de metade

E o conclave talvez seja deflagrado

Verás então que não há comunhão

E que o interesse se faz individualizado

Cada um correrá por seu mundo

E cada qual terá seu além

Cada pedaço terá seu partido

E arriscar-se, não irá por ninguém.

Neste tempo será apenas esquecido

Verá seus golpes tornar-se falhos

Suas peças gerarão só tormentos

E que os tormentos por fim serão iniciados

Que da lembrança que vem da injustiça

Viu o respingo e se achou esperto

Não pode ser eternizado

Pelo pedaço que não será glorificado.

Claudemir Evangelista
Enviado por Claudemir Evangelista em 03/07/2019
Código do texto: T6687747
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