A POETISA VERA SALVIANO VERSUS A MORTE

MOTE: “Gosto tanto desse grupo que, quando morrer,

vou levar todo mundo comigo”

A Morte apareceu para a poetisa Vera Salviano.

Minha filha, siga-me, porque chegou a tua hora.

Dona Morte, não faça isso! Deve ser algum engano!

Ao fechar a boca, de soluçar a poetisa chora.

Pode ficar tranquila! Morrer não apresenta nenhum perigo.

Há apenas mudança de vida mundana para a espiritual.

Li seu desejo no Facebook em ter todos do grupo consigo.

Por mim tudo bem, desde que aceitem o convite para tal.

Vera Salviano convoca todos seus amigos virtuais.

É melhor virem de livre e espontânea vontade

do que por livre pressão. Querem saber mais?

A Morte encarou como natural essa minha vontade.

Muitos caíram no mundo sem deixar o endereço

e nem se quer acataram a convocação da poetisa.

Outros já apareceram chorando desde começo...

A Morte para facilitar seu trabalho uma fila organiza.

De medo, a morte viu gente tremendo, enraivecida,

Doida, alienada, choramingando, confusa e assustada.

Com pessoas apavoradas, a morte se sentiu fortalecida.

Com choros, rezas, gritos e raiva, ela está acostumada.

De repente na cabeça de Vera aparece a Razão.

Que você está fazendo com seus amigos, mulher?!

Condenando-os à morte! Você tem este direito? Não!

Se você ama de fato seus amigos, deixa-os viver!

No coração de Vera bate remorso e desespero.

Razão, você está certa! Estou me sentindo tão mal....

E o que faço? Que meus amigos morram, não quero.

Já sei, vou resolver isso com a Dona Morte, tchau!

A Morte lhe diz não. Agora é tarde. Já estão todos lá.

A poetisa se humilha, mas o sonoro não está mantido.

O que fiz, meu Deus! Como resolver esse mal que há?

Fui egoísta, desumana, um monstro. Amei-os sem sentido.

Andando a esmo encontra seu amigo, O Filho da Poetisa.

Vera pede a ele perdão e o conta do seu arrependimento.

Não convenci a morte do meu engano. Ela não se sensibiliza.

Vera, procuremos a Morte, porém usando outro argumento.

Os dois vão trocando ótimas ideias durante o percurso.

A pressuposto de compaixão a Dona Morte não aceita...

Usaremos as palavras do nosso Criador em nosso discurso.

A sabedoria divina não tem contestação, ela é perfeita!

Os dois amigos encontram a morte em pleno furor.

Jamais, em toda sua existência, ela fora tão produtiva.

Dona Morte, quero conversar de novo com você, por favor.

Por mim tudo bem, se deseja uma outra negativa...

Prova de amor maior não há, Jesus Cristo vem nos dizer,

Que doar a vida pelo irmão. Logo, o que devemos supor?

Que os meus amigos que aqui estão não querem morrer

e sim que estão me doando suas vidas a mim por amor.

Não matarás é o que está sendo dito no quinto mandamento.

Nem eu, nem você temos o direito de tirar a vida de alguém.

Eu Sou a morte! Tirar a vida de outrem é meu procedimento,

Portanto, Vera, um novo não de minha parte você obtém.

Você pode matar mesmo sem a vontade do nosso Criador?

Lembre-se: o Filho Dele a venceu quando foi crucificado...

Você pretende arcar mesmo com esse ônus inquisidor?

Dona Morte agora olha a Vera com um olhar apavorado.

Droga! Você está certa! Libero seus amigos, mas você não!

Recordo-lhe mais uma vez que a sua hora de fato já chegou.

Eu sei. Deixa-me apenas despedir dos meus amigos então.

Filho da Poetisa, muitíssimo obrigado. Seu plano nos salvou.

Agora somos só nós, Dona Morte! Cumpra o seu trabalho.

Na mesma hora o chão se abre e Vera num vácuo é atirada.

Por medo ela fecha os olhos e ao abri-los está no assoalho.

Do seu quarto. Fora tudo pesadelo. Não aconteceu nada.

O pesadelo parecia tão real que Vera Salviano caiu da cama.

Encontrando-se com o chão, ela vivamente acordou.

Passado o susto, a poetisa volta ao seu leito e exclama:

Deus, que sonho horrível! Ainda bem que já terminou.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 06/07/2019
Código do texto: T6689995
Classificação de conteúdo: seguro