Dias Vazios

Dias vazios que silenciam a alma

Dias onde o olhar vaga a esmo

E os pássaros se calam

Diante a trovoada que se aproxima

Dias vazios onde reina a saudade

E o acorde distante já não ressoa

Somente o sol ressecando as folhas

E a pele gasta do agricultor

Dias vazios entrecortados pelo vento

Onde o veleiro carregou os amores

Deixando apenas esse vácuo

Que entorpeceu o meu olhar

Dias vazios onde as rimas choraram

Acompanhando o som do coração

Que trêmulo insistia em bater

Contando a história de uma vida

Dias vazios onde sentei calado

Olhando as águas do manso regato

Que no sopé da montanha matava a sede

Daquela vegetação que roubou minhas cores

Dias vazios que passaram devagar

Acompanhando meus passos lerdos

E cobriram minhas pegadas na areia

Deixando apenas um sussurro surdo

Dias vazios onde morri mais uma vez

E descansei minha poesia

No mármore frio junto ao anjo

Que resgatou o meu espírito

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 02/08/2019
Código do texto: T6710501
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.