Secreto

Escondo-me às vezes desse verbo embrutecido

Torturado pelas falanges falantes... Inúteis

Silencio diante dessas pitorescas vontades nuas

Dos escritos ressuscitados nos livros de papel jornal

Escondo-me às vezes desse mundo judiado

Deteriorado pelas ganâncias pútridas... Do homem

Calo-me diante dessas nuances sórdidas

Das cores opacas e distorcidas pela noite

Escondo-me às vezes desse sol que repele

O fogo consumidor de mentes e pensamentos

Recolho-me à sombra de um deserto noturno

Onde os pecados foram mutilados... Decepados

Escondo-me às vezes do meu próprio eu

Castigado pelas dores incessantes... Contidas

Mergulho nesse poço de incertezas viris

Onde as respostas são apenas palavras vãs

Escondo minhas mãos e meus sonhos

Desfaleço em mares de fúria ardente

Afogo-me nas águas versificadas da poesia

E deixo uma marca indelével na face oculta da lua

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 07/08/2019
Código do texto: T6714347
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