Eu em Cacos

Transmuto o meu mundo em cadinhos e páginas

Tentando encontrar as chaves desse portal

Que transporta por entre as dimensões

Elevando o teor das percepções

Reajo e engajo minha concepção

Planejo em meus cálculos as fórmulas do eu

Enfrento os pesadelos sem mais distinção

E acordo em um mundo latente

Já não vejo as verdadeiras formas de mim

O real se escondeu entre a luz e a treva

Arrebatando-me em um tombo sem fim

Juntando os meus cacos espalhados por terra

Penumbras contínuas desfalecem a flor

Que enfeita essa lápide marcada de dor

Os vermes famintos fazem seu papel

Meus versos desfeitos atrás desse véu

Sentidos ocultos em cada palavra

Ditando a jornada que não tem parada

Eterno preâmbulo da obra inacabada

E o que restou de tudo foi um simples vazio

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 08/08/2019
Código do texto: T6715248
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