Tinta Nanquim

Vou delineando esse palavreado rústico

Tentando divagar num sentimento abrupto

Seguindo devagar o ciclo ininterrupto

E olhando as esferas de luz nesse céu vazio

Vou alimentando as linhas distorcidas

Tentando encontrar o fundo desse mar

Nadando a braçadas sem me afogar

E sentindo a maresia furtar meus sentidos

Vou eu colorindo essa tela fúnebre

Com cores vibrantes de uma vida curta

Morrendo e nascendo em mundo versificado

Pincelando os verbos mais simplificados

Vou nessa semântica inexorável

Nesse linguajar de todos os povos

Livre em poesias adjetivos novos

E a escrita da alma resumiu meus passos

Vou ser paciente com a inspiração

E vou ter com os versos a santa comunhão

Molhando a caneta em tinta nanquim

Descrevendo as horas... Em folhas carmim

E deixarei minh’alma gravada nos papiros...

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 27/08/2019
Código do texto: T6730260
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