Noites Infinitas

Noites sem fim nesse dia infinito

E as paredes do quarto a me sufocar

Um mundo gigante a se limitar

Nas asperezas da vida... Na mesa de um bar

Noites distantes onde a mente retumba

Um grito de angústia... Um copo vazio

Um corpo disforme... Um olhar penetrante

E já não questiono nem o garçom... Nem o universo

Noites sem lua, sem frio, sem esperança

Sentimentos bradam os gestos desfeitos

Onde a poesia se perdeu... Incompreendida

E os homens escravos... Esqueceram-se de viver

Noites eternas como um piscar de olhos

Olhos vigilantes... Resumidos em lágrimas

Olhares que se apaixonam sem se cruzarem

E desperdiçam todas as oportunidades únicas

Noites onde escrevo a minha solidão

Sem tristeza... Sem mácula... Sem pudor

Preso nessas entranhas envelhecidas

Amarrado a esse gentil calabouço maternal

Noites que resolvo voar em divagações

Noites que escorrem pelas sarjetas... E o sangue

Lava as mãos famintas de você... Que espera

O toque carinhoso... O beijo quente... O amor

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 30/08/2019
Código do texto: T6732893
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