Dança Celular

Todo o ferro do meu sangue virou ferrugem

E a boca do meu estômago ficou banguela

Estrelas cadentes pelo céu de minha boca

Faminto eu fritei as batatas de minhas pernas

E martelei com o martelo de meu ouvido

A casca dura da minha glândula pineal

Meu pé esquerdo do direito é amigo

Lavei as mãos para coçar o meu umbigo

Minha consciência inconsciente observa

Todas as mudanças nessa dança celular

Represei toda a água do organismo

E com meu barco de papel fui navegar

E a menina dos meus olhos sempre brilhosa

Menina violeta sempre doce e charmosa

Que olha meus passos... Tira-me dos embaraços

Afaga-me terna apertando nossos laços

E na meninge os segredos da esfinge

Que em silêncio vigilante se impõe

Assume o risco e ilumina o coração

Que em sua marcha espalha comiseração

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 02/09/2019
Código do texto: T6735265
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