Piada Amarga

Uma piada de mal gosto sentada no trono

Para o sorriso dos impotentes se abrir

Diante o choro de quem tem seu lar incendiado,

Do gosto de morte na boca dos familiares

Que assistiram seus entes queridos serem fuzilados

Pela margem de erros dos assassinos legalizados,

De vítimas violentadas diariamente

Pelo comitê da ordem meritocrata do estupro,

Do corte no Esclarecimento para o financiamento

Do reducionismo mitológico institucionalizado

Em prol da deficiência cognitiva programada,

Da obsolescência programada da humanidade

Organizada pela associação do pensamento estéril,

E até o sacrifício estético dessa escrita prolixa

Que encarna o mal gosto das notícias absurdas

Para dar o tom da piada amarga do cotidiano que nos assola,

Encerro essa realidade travestida de fábula

Com você me chamando de comunista.

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 29/09/2019
Reeditado em 12/10/2019
Código do texto: T6756847
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