Das  primaveras

Cortaram-me o caule,
submeteram-me
às secas, às  geadas...
Verões e invernos,
mataram-me na beira
das estradas;
frios intensos,
calores de inferno...
Secos corações 
desfolharam-me
em retalhos outonais,
não me quiseram mais!  
Deixaram-me nua, na rua...
Pisaram-me!
De nada adiantou, nada adianta,
quando as primaveras vêm
renasço planta,
esqueço a dor,
ressurjo flor! 

(Poesia "online" mote dia 01/10/2007)