Amar
Vivi muitas vidas para concluir
Que o amor é um carrocel de aflições.
Já galopei em seus inúmeros cavalos
E queimei as mãos em suas rédeas de fogo.
O amor é um estado de tragédias permanentes,
É o sangue que insiste em brotar de cada ferida.
Quem ama é sempre o Lázaro,
Cujo coração adoece a cada encanto vivido.
E o encanto de amar é o agonizar
Sobre a cama dos enfermos.
E não há cura, somos convalescentes.
Amamos sempre de olhos fechados
E quem vai me dizer que ficamos cegos?
Ficamos em coma, e só isso.
A morte? É simplesmente
Quando despertamos.