MIRTES E A IRONIA DO VIGARIO

Oh Deus alado sobre as

nuvens montado no

Pegasus do destino,

Não olhe a pequena

planta que verde , não

dá os frutos pra comer

da fome que sente no

paraíso herdado de tua

benevolência de pai.

E tenta subir montanhas

Pra tocar o céu e não

voltar mais , dormindo

no sonho eterno de um

lugar onde todo corpo

flutua e o peso das coisas

fica na rua pintado nas

paredes , nas paredes

sem porta, apenas janelas

e profetas repetindo ilusões

do que nunca virão, pra

iludir quem fica ouvindo

blasfemar sobre tua verdade

quando a idade já despediu

este encanto da gênese

e do canto dos anjos

num altar possuído de

olhos em que lágrimas

tem um mal sensível

a luz do sol nascente,

e da lua refletindo que

ele volta outro dia ,

pois a planta não sabe

olhar o fim das águas!