Órbita
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Entro em órbita
E neste gesto abnegado
Repasso, enfim, todos os vôos
Auroras (boreais) da minha vida
E o ocaso unívoco
Para onde escorrem
meus dias.
Entro em órbita
E minhas mãos
inseguras
Acariciam as estrelas
Percorrem o espaço
e nessa busca febril
sinto o cansaço da noite.
Entro em órbita
E a lua branca me observa
intransigente
Me toca, me enreda
No canto agudo e sibilante
Das marés (lunares)
São esses meus vôos
(ininterruptos)
Selênicas horas
De puro sonho.