Poetisa

Lembro-me das vezes que me disse que eu merecia mais

Eu ria, pois não havia como imaginar mais do que você.

Lembro-me das vezes que me tratou como rainha e disse que deveria ser sempre assim

Eu retribuía, pois era meu dever lhe devolver aquela sensação de sermos únicos no mundo.

Lembro-me dos planos, sonhos, nomes, destinos, sons e canções.

Foi ontem, foi no ano passado, foi em outra vida...

Eu dizia foge comigo e você sempre respondia agora.

Éramos sonhadores inconsequentes.

Bastava saber que no fim do dia eu teria o seu sorriso a me embalar...

Durante uma dança, uma valsa, eu de branco, guiada por braços envoltos em minha cintura, rodopiando entre aplausos que lhe vi distante observando.

Apenas um instante e num giro sem aviso desapareceu...

Foram os anos de insanidade que nos perdeu.

Foram os anos de orgulho que nos feriu.

Foram os anos que nos matou.

A poesia sobre tudo sobressai.

Tenta inutilmente embelezar o improprio,

Tenta humanizar o sofrimento,

Tenta aplacar a indiferença.

Mas a poetisa jamais se iludiu.

Jamais permitiu sofrer novamente a mesma dor.

A poetisa ri sobre tudo,

Brinca junto,

Desfalece,

Esquece,

Enobrece,

Engrandece e ainda faz os que dela se aproxima sentirem-se deuses.

Ela sabe que sua missão é fazer sentir especial, mostrar a própria divindade oculta...

Sabe que dentre todos ela é a única que saberá mergulhar no abismo e voar.

Escalar as montanhas, curar suas asas, tomar folego, encarar seu gélido universo e se jogar sem receios, certa que impactando tudo você acordará para quem és.

Ela sabe que não detém propriedades e nem deve se abater por isso.

Sois do mundo e isso a faz feliz.

By Lilyth Luthor

Lilyth Luthor
Enviado por Lilyth Luthor em 27/11/2019
Código do texto: T6805356
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