INJURIADO
De claro e escuro tenho feito meus ardis. O frio da rocha esquecida por trás das manhãs de ouro, encastelada no porvir. De janela em janela, tenho sondado minhas rotas de fuga, beijando a borda fumegante da xícara, pensamento com asas de espinhos no arco dos ombros. De escuro e claro tenho penado ao açoite, estúpida madrugada. Espirais de silêncio percorrem os móveis que dormitam em solidão. Eu todo respiro a raiva aguda e impotente dos bichos contrariados, clamando ao mistério que engula as respostas até os ossos.