Pássaro proibido

Lembrei-me do passarinho a clamar, após a chuva: ele canta em seu nome.

Eu vejo pássaros por todos os cantos, como passou a noite ontem, Carlos?

Deve ter dormido feito um passarinho, alçando vôos que foram epopéias,

Dignos de registros em escrituras místicas...

Eu também dormi feito passarinho, sem ninho. Onde você pousou Carlos?

A porção em flamas; latejantes;

Nas...

...mãos?

...no

...Coração?

Eu pousei em você, estou em suas mãos e elas estão ávidas, por me possuir,

Você chegou como ave migrante, aproximou-se, para refazer-se do cansaço...

...Alçou vôo, restabelecido... Para longes terras...

Deixou o adejo, de seu bater asas; ainda sinto os cheiros (as fragrâncias).

Sinto a firmeza do seu cantar em minha chama incandescente

E você voou,

Deu-se o conhecer de ignotos países

E eu fiquei! Esquecido de você e você de mim...

Suas asas criatura alada, assombro de voar, soubera o teria seguido

Estou elevada, estou transformada...

Como em nosso primeiro e ultimo abraço; você lembra? Apercebeu-se?

Agora me diga, quem de nós, está preparado para tais vôos?