caminhos de prata

Percorro a costa do mar de prata

banhado pela lua da memória

profusões de miragens inexatas

retomando a década de outrora.

Maré vem e vai a embalar abstrata

exíguos bramidos a cantar a trajetória

de conquistas, negligências e bravatas,

devaneios moribundos à aurora.

Estende-se ao céu tão roxo e leve

as inebriadas promessas puídas,

o caminho áspero dos anos.

Acalma-se ao ocasional e breve

peito os passos calmos do ruído

que trilham o litoral arcano.