FLOR PERENE
Era flor e bastava.
De qualquer cor servia
E de qualquer nome também.
Importava apenas que fosse flor,
Já se transformava em única,
Para aquele momento.
Não havia vasos que a guardassem,
Apenas as mãos postas
Em forma de amém.
Entregue e de entrega total,
Como se instintivamente avisasse:
Segure o tesouro e o guarde
No mais seguro e rico baú.
Porque lindamente era flor
E toda magia lembra o bem maior.
Existia e permanece flor
Pendente no cipreste,
Flutuando sobre a água
Ou enfeite na sala.
Ontem, hoje e sempre a flor me redime,
Ave leve, voo em torno dela,
Planta perene de todos os bosques.
Dalva Molina Mansano